quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2009

_ANO_NOVO_
_VIDA_NOVA_
_EU_ DE_NOVO_

sábado, 27 de dezembro de 2008

Psicologia de um Vencido


de Augusto dos Anjos

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A fome que come o "home"


O "home" que de tudo come
É onívoro e morre carnal
O "home" que come o que não tem atividade cerebral
É vegetariano e morre vegetal
O "home" que se alimenta de lixo
É lamentavelmente chamado de bicho
O "home" que nada come, logo, morre de fome

domingo, 7 de dezembro de 2008

Amadure ser

Hoje confirmei uma coisa. Confirmei que, algumas pessoas vivem muito e aprendem pouco e que outras vivem pouco, porém, aprendem muito.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O Sofredor


O sofredor
Carrega o mundo nas costas
E não consegue sofrer só a sua dor

Suas pálpebras estão pesadas, cansadas
Mas seus olhos não consegue fechar
E mesmo com seu calcanhar rachado
Ele continua a rumar

Atira seus sonhos na parede
Que se quebram se desmancham
Um nobre ato
De um pobre rato

O único que tem o direito
De se sacrificar pelos outros ele quer ser
Suas cicatrizes começam a romper
Egoísta? Nunca vai saber

A força feita por seus braços
Reflete na sua digna, calejada e canhota mão
Sua inteira e destra mão
Mantém longe do peito, pra não ferir seu coração

Pálpebras pesadas
Calcanhar rachado
Sonhos partidos de um pobre rato
Cicatrizes abertas
Por um nobre ato
Mão calejada
E o sofredor carrega o mundo nas costas

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Barba


Olhei-me ontem no espelho, não ontem antes de hoje, e sim, ontem de meu pretérito imperfeito, vi no rosto uns fiozinhos chamei de “barba”. Falei com um sorrisinho bobo “poxa estou ficando velho”. Mas depois filosofando bem cheguei à conclusão, que era o mesmo velho menino que se perdia em seus sonhos, perseguindo sonhos. O mesmo que bancou o otário, acreditando que tudo iria ficar melhor se o mundo girasse ao contrário.
Hoje sou um homem de barba e não de “fiozinhos”, sou sério, trabalho muito e rio pouco. Quando sobra um tempo no meu dia a dia super lotado de tarefas, tomo um cafezinho forte, trago-o de casa, pois o daqui é muito fraco. Tem gente que espalha por aí, que o fato de eu trazer café de casa, significa mão de vaquismo. Porém acredito que mão de vaquismo tem o nosso chefe, pois o mesmo exige que compremos nosso café.
Em todos os outros escritórios os chefes compram café, só aqui que não. Por esse motivo alcunhei os que me chamam de mão de vaca de puxa sacos.
Meu maior problema atualmente com a barba é quando tomo uma xícara de leite e encima do bigode forma-se um segundo bigode branco e melado. Não falo mais sobre isso perto dos amigos do futebol, já que pode haver uma ambigüidade muito sacana em “bigode branco e melado”. Pior é quando almoço em algum lugar e acabo me atrasando, fico sem tempo de passar no banheiro e sempre saio com um arroz na barba. No caso de atraso sempre dou um jeito no hálito, com uma balinha de hortelã ou menta, mas o arroz sempre fica ali pinduradão, pra todos caçoarem de mim. Acreditem ninguém nunca avisa, apenas zombam.
Voltando ao meu pretérito mais que imperfeito, mais uma vez, me lembro antes de ganhar os fiozinhos, quando limpava na toalha de mesa o bigode de leite que se formava no café da manhã. Nessa época ainda morava no campo e tinha um único primo que não ficava com bigode, ele literalmente mamava na teta da vaca, erghhhh.
Já tive vários estilos de bigodes e barbas Jesus Cristo, Fu Manchu, Fred Mercury, Raul Seixas e muitos outros. Dentre todos, e todas as zueiras que os mesmos trouxeram, só tive problemas reais com o estilinho Hitler, tomei um sova nervosa e ai me lembrei com quem estava parecido, é, esse nanico alemão traz problemas até hoje.
Depois de um tempo resolvi adotar algo mais social pra conseguir um emprego, este mesmo que estou até hoje. No dia da entrevista entrei na sala e me deparei com o que hoje, chamo de chefe, parecia um bode velho e eu havia raspado minha barba que já tinha até trancinhas.
Bons tempos eram aqueles, em que eu só desejava barba e corria atrás de meus sonhos, agora todos estão destruídos, não tenho a mulher que amo e ela vivi reclamando da minha barba, meus filhos me odeiam, odeio meu emprego e tenho mais pelo no queixo do que na cabeça . E só agora com a experiência que todos os meus fiozinhos me proporcionam, percebo que meu maior ídolo, que fazia o mundo girar ao contrário, não tinha se quer, um fiozinho de barba.